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2012 - Livro Vermelho 2013

Pouteria grandiflora (A.DC.) Baehni LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 19-10-2011

Criterio:

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Pouteria grandiflora (A.DC.) Baehni cresce em florestas litorâneas de restinga, em quase toda a extensão do domínio fitogeográfico da Mata Atlântica (Penninton, 1990), desde o Rio Grande do Norte até o estado de Santa Catarina (EOO=4.399.011,478km²). Apesar de restarem apenas cerca de 20% da cobertura original da Mata Atlântica, e as alterações na paisagem não terem cessado e serem irreversíveis a espécie foi considerada sob baixo risco de extinção e classificada como Least Concern (LC). Indivíduos de P. grandiflora estão protegidos em diversas Unidades de Conservação (SNUC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Pouteria grandiflora (A.DC.) Baehni;

Família: Sapotaceae

Sinônimos:

  • > Lucuma grandiflora ;
  • > Radlkoferella eichleri ;
  • > Radlkoferella grandiflora ;
  • > Vitellaria eichleri ;
  • > Vitellaria grandiflora ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Pouteria grandiflora está relacionada a P. venosa e se distingue desta por várias características. Possui folhas coriáceas (cartáceas em P. venosa), pecíolo não canaliculado (canaliculado em P. venosa), corola com pilosidade esparsa nos lobos (glabra em P. venosa). Além disso, os lobos da corola, estames e estaminóides frequentemente em número maior que seis (sempre seis em P. venosa). Tais espécies possuem distribuição geográfica amplamente distinta, com somente uma sobreposição no Rio de Janeiro (Penninton, 1990).

Dados populacionais

Foram encontrados 18 ind./ha na Mata do Jiqui e 28 ind./ha (DR: 1,28) na Mata do Catre, Panamirim, RN27 ind./ha Mata das Caldeiras, Catende, PE (área de 38,56 ha) (Costa-Junior et al., 2008). 27 ind./ha na Reserva Ecológica de Gurjaú, Cabo de Santo Agostinho, PE (Silva-Junior et al., 2008); 8 ind. (DR: 4%) em Marechal Deodoro, Alagoas (Medeiros et al., 2010); 21 ind. equivalente a 41,9 ind./ha na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema/RJ (Sá; Araújo, 2009). Em fragmento do Engenho Tabaiaré, Mata das Galinhas, Catende, PE foi estimando uma DR de 1,41(Silva et al., 2007). Guimarães (2009) registrou 5,71ind./ha, Engenho Humaitá, também na Mata das Galinhas, Catende, PE. Thomas e Barbosa (2008) estimaram 12 ind./ha com DAP >5 e 3 ind./ha com DAP >10, em Serra Grande, Uruçuca, BA. Em estudo apresentou DR: 4,6 com Estimativa da Regeneração Natural Total da População Amostrada (RNT) de 1,6 no fragmento Mata Santa Luzia, em Catende, PE (Silva et al., 2010). Foram estudados 15 ind em 0,6 ha na Usina São José, Zona da Mata, PE (Kimmel, 2010).Saiter et al. (2011) observou 1 ind. em uma área de 1,02ha na Estação Biológica de Santa Lúcia no ano de 1992/93 e se manteve e, 2003/04. Sambuichi (2003) amostrou 1 ind. em área de 3ha de cabruca no município de Ilhéus, BA.

Distribuição

Distribui-se no Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina) (Carneiro; Almeida, 2010).

Ecologia

Árvore de até 15 m de altura e 30 cm de diam. Com casca espessa e látex branco viscoso. Flores verde pálido, frutos com indumento marrom-avermelhado. Frutos comestíveis. Nomes populares: bapeba, bapeba-preta, oisi-toroba, talo-fino (Penninton, 1990).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade high
Detalhes Ocorre na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (REEJ), Saquarema, RJ, a reserva segundo os autores Reserva, não dispõe de qualquer infraestrutura, nem menos resolução da questão legal. Este quadro tem propiciado impactos por diferentes agentes com intensidades e magnitudes variadas (invasão de áreas, extração madeireira ou de plantas ornamentais, caça, pastoreio, queimadas, abertura de vias, entre outras), o que tem acarretado um rápido empobrecimento da vegetação. Foi estudada em um fragmento na Mata do Campo do Avião, Igarassu, PE, onde o autor relatou que na região há fragmentação pela ocupação do solo por cana-de-açúcar. Esta situação é comum ao norte do Rio São Francisco, onde boa parte dos fragmentos florestais se encontra em áreas pertencentes a usinas de cana-deaçúcar e álcool (Rochaet al., 2008)

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: ​Ocorre na APA do Litoral Norte, município de Conde, BA (Mercedes et al., 2009); Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Rj (Araújo et al., 2009); Reserva Ecológica de Gurjaú, Cabo de Santo Agostinho, PE (Silva-Junior et al., 2008); Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema/RJ (Sá; Araújo, 2009).

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: ​Menos preocupante (LC). Lista vermelha da IUCN (O'Brien, 1998).

Referências

- KIMMEL, T. M. Degradation of Atlantic Forest in NE Brazil and Dynamics of its Regeneration. Dissertação. : Universität Ulm, 2010.

- SILVA, W.D.; MARANGON, L.C.; FERREIRA, R.L.C.; FELICIANO, A.L.P.; APARÍCIO, P.D.S.; COSTA JUNIOR, R. Estrutura horizontal e vertical do componente arbóreo em fase de regeneração natural na Mata Santa Luzia, no município de Catende, PE. Revista Árvore, v. 34, n. 5, p. 863-869, 2010.

- SAMBUICHI, R.H.R. Ecologia da vegetaçõ arbórea de cabruca - mata Atlântica raleada utilizada para cultivo de cacau - na região Sul da Bahia. Tese de doutorado. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 2003.

- SAITER, F.Z.; GUILHERME, F.A.G.; THOMAZ, L.D.; WENDT, T. Tree changes in a mature rainforest with high diversity and endemism on the Brazilian coast. Biodivers Conserv, v. 20, p. 1921-1949, 2011.

- RIBEIRO, L.F.; THOMAZ, L.D.; MILEIPE, J. Caracterização da comunidade arbórea de um fragmento de floresta ombrófila densa montana (Santa Teresa ? ES) a partir de grupos ecológicos de seus diásporos. Natureza on line, v. 5, n. 1, p. 1-9, 2007.

- ROCHA, K.D.; CHAVES, L.F.C.; MARANGON, L.C.; SILVA, A.C.L. Caracterização da vegetação arbórea adulta em um fragmento de floresta atlântica, Igarassu, PE. Rev. Bras. Ciênc. Agrár. Recife, v. 3, n. 1, p. 35-41, 2008.

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- ARAUJO, D. S. D. D.; SÁ, C. F. C. D.; FONTELLA-PEREIRA, J.; GARCIA, D. S.; FERREIRA, M. V.; PAIXÃO. Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Rio de Janeiro: Caracterização Fitofisionômica e Florística. Rodriguésia, v. 60, n. 1, p. 67-96, 2009.

- PENNINGTON, T. D. Sapotaceae. 1990. 271 p.

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- SILVA JÚNIOR, J.F.D.; MARANGON, L.C.; FERREIRA, R.L.C.; FELICIANO, A.L.P.; BRANDÃO, C.F.L.; ALVES. Fitossociologia do componente arbóreo em um remanescente de Floresta Atlântica no Município do Cabo de Santo Agostinho, PE. Rev. Bras. Ciênc. Agrár. Recife, v. 3, n. 3, p. 276-282, 2008.

- MEDEIROS, D.P.W.D.; SANTOS-FILHO, F.S.; ALMEIDA JR., E.B.D; PIMENTEL, R.M.D.M.; ZICKEL, C.S. Estrutura do Componente Lenhoso de uma Restinga no Litoral Sul de Alagoas, Nordeste, Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 3, p. 146-150, 2010.

- SILVA, W.C.D.; MARANGON, L.C.; FERREIRA, R.L.C.; FELICIANO, A.L.P.; COSTA JR., R.F. Estudo da regeneração natural de espécies arbóreas em fragmento de floresta ombrófila densa, Mara das Galinhas, no município de Catende, Zona da Mara Sul de Pernambuc. Ciência Florestal, v. 17, n. 4, p. 321-33, 2007.

- GUIMARÃES, F.J.P.; FERREIRA, L.C.; MARANGON, L.C.; SILVA, J.A.A.; APARÍCIO, P.S.; ALVES JÚNIOR, F. Estrutura de um fragmento florestal no Engenho Humaitá, Catende, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13, p. 940-947, 2009.

Como citar

CNCFlora. Pouteria grandiflora in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Pouteria grandiflora>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 19/10/2011 - 19:18:22